Este blog é uma reunião de textos exclusivamente autorais. Para conhecer mais de mim, dividir sons e sabores poéticos, musicais, cinematográficos, e tantos outros cheiros mais além dos meus, venha tomar um expresso esparramado nas almofadas fofas do meu outro blog, o Abundante-mente. Te espero lá com as velas acesas.

26 de outubro de 2009

Samba, meu samba querido...

Ah, que saudade do Samba, aquele amigo tão digno, tão íntimo, tão íntegro... Me faz falta requebrar nas sua rodas, abrir os braços e cantarolar feliz - de olhos fechados, em pleno gôzo - no meio de tanta gente bamba... (Feliz daquele que foi tocado por ele!) Como sinto a ausência! Como me enobrece o espírito aquela batucada-sorriso! Me entope o coração o som do pandeiro, a marcação do tantan e da cuíca, o delírio das sete cordas, a energia do cavaco... Que falta eu sinto da boa vizinhança, de quem vive, nas suas entranhas, o amor cantado nos versos mais cariocas...
Me aguarde, Samba das minhas alegrias! Me espere que em breve, muito breve, estarei - em corpo e alma de passista - deixando as tristezas de lado e caindo em seus braços mais uma vez; vibrando na sua cadência, na malandragem do seu inconfundível gingado, sorrindo com a leveza de quem supera tudo - numa nota apenas!
Samba, meu samba querido... um dos amores mais antigos e mais verdadeiros, em todos esses anos de estrada... Não me deixe por muito tempo, abandonada à minha natural melancolia, e te prometo que meus pés descalços pisarão seus terreiros, minha garganta reproduzirá sua voz, e meu sorriso genuíno te enaltecerá por todo o sempre!

Louvado seja meu Samba. Amém.

Sylvia Araujo

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