Caminham enlaçados pelas ruas sem destino, cantarolando a mesma música, às seis da manhã. Depois de uma noite inteira cheirando à sonho, mastigam pastéis de feira como se fosse rotina dividirem o mesmo tom. É como se o ontem virasse outra história, e as páginas começassem a ser preenchidas a partir do primeiro sorriso de cúmplices que trocaram, assim que o sol nasceu.
Se olham no fundo da alma, como quem identifica - como quem certifica - que não existe outro lugar pra se estar, além de ali, sentindo tudo aquilo.
Sem trocar uma palavra, se atiram. Juntos. De cabeça.
Sylvia Araujo
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