Já faz algum tempo que ando me esforçando por mudar de ares, por transformar meus lares; e hoje eu sei - tenho a certeza - de que o que desejo ad eternum são novas cores, novos gostos, novas paisagens, novos cheiros... quero uma irreconhecível eu-mesma pra desbravar o sem-fim de tantas outras impressões e imagens que me tocam sem parar; quero é um inconstante reflexo - naquele mesmo velho-exausto-espelho-estanque - pra encurralar meus medos e mastigar meus dias.
Parece que, junto com os muitos centímetros de madeixas, deixei o estático-estético pra trás. E que ele vá. E não volte nunca - porque palpito, da revolução de meter a lâmina nos cabelos, àquela capaz de neutralizar todos os meus excessos: do viver, do fazer, do sentir; pra me materializar minuto a minuto em uma outra - sempre viva e incansavelmente incansável - mutante sagrada de mim.
Sylvia Araujo
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