A flor é. Delicada, perfumada e com traços só seus, não saem da cabeça de quem se deixa tocar pela profundeza, da simplicidade e da pureza, que carrega consigo. E Ela se deixou tocar; acariciar, deliciar... Viu - e sentiu - o poder da vida em sua simples carapaça de vida.
O mundo está correndo lá fora. E Ela não tira da cabeça a flor que um dia viu, esparramada sobre o muro cinza - rachado, imundo. Estava lá, resplandecente - deslumbrante - em sua importância de flor. Viu - e sentiu - o sopro de amor que vinha, e se deixou acalentar, alimentar, sorrir... guardou pra si a amplidão do que viveu, naquele mínimo instante em que se deixou tomar pelo belo.
E a partir daí, tornou-se a mais linda delas... Desencantou e se encantou com as sensações que o viver nos traz. Não é mais Ela e sim Flor, com todo seu encanto e ardor.
Sylvia Araujo
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