Maldito nó na garganta muda,
Maldito verbo que se cansa e cala.
Maldita letra que não me expressa,
Maldita fome que me alimenta,
Maldito sonho que me faz insone.
Maldito desejo de alegria,
Maldita vontade de amor,
Maldita crença no ser-humano,
Maldito peito cheio de dor.
Maldita sou eu que não desisto,
Malditos meus passos sempre constantes,
Maldito futuro cheio de planos,
Maldita mente que me agoniza.
Malditos beijos,
Malditos laços,
Maldito eixo,
Maldito abraço.
Maldita arte que me enlouquece,
Maldita música que me ensurdece,
Maldita poesia que me anoitece.
Maldita vida,
Vida tão maldita...
(Toque me encanta,
Cheiro me leva,
Gosto me espanta...)
Maldita vida que me reflete
E me faz sofrida,
Maldita-viva...
Sylvia Araujo
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