Não sei como-porque-quando-ou-onde me perdi. E não me acho, por mais que cate, por mais que chute, por mais que berre. Parece que fiquei surda. E muda. E invisível. As palavras são as únicas que parecem nunca desistir. Mas nem nelas me encontro. Cuspo com força o que passa dentro, pra ver se em algum ponto me enxergo. Mas nada; mas tudo. Mais desesperadamente imundo é esse chão que abre.
Não sei o que houve. Só sei que o espelho gargalha. Eu também não estou lá. Eu também não estou aqui. Eu também não.
Sylvia Araujo
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