Sessões de corta-hidrata-pinta-escova-agoraapiastra, lixa-dábrilho-colore-esperasecar, pernainteira-virilhacavada-axila-buço-tudosempelos, lava-esfolia-cremenoturno-cremediurno... respira... praáreadosolhos-olhaoprotetor, entranaloja-olhaasararas-experimentadez-sóentramcinco! Aff! Só de escrever já cansa a beleza.
Hoje continuo achando tudo isso um pé no saco. Mas ao invés de fugir das artimanhas femininas para valorização do layout, levo um mp3, ou um livro, ou fico alheia olhando a TV e até me divirto - vejam só! - com as figuras mirabolantes que vêm e vão, e fazem do salão seu analista, seu confessionário, sua compulsão, no mínimo semanal. Tudo em prol da imagem que quero ter.
Deixei faz tempo de achar que mulher bonita é necessariamente burra, e que mulher inteligente precisa cuidar do intelecto, e pode se dar ao luxo (de vez em quando) de passar um gloss básico nos lábios.
Saí correndo do instinto de gata borralheira que sempre se fez sombra nos meus passos e fui de encontro ao amor próprio. Porque, hoje eu sei, que cuidar de si mesma, se sentir bela e atraente é maravilhoso, quando não se precisa disso para ser quem se é. Imagem é muito. É através dela que você atrai pessoas afins, que você faz amigos, que você arruma um emprego que te caia bem... mas não é tudo. Por isso, quando cuido da fachada, aproveito sempre pra dar uma olhada na casa. Só pra me certificar de que tudo vai bem com as fiações e os encanamentos, pra que não corra jamais o risco de desempalavrar de frente pro espelho.
Sylvia Araujo
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