("Badia" me deseja bom dia - com seu sorriso iluminado e sem dentes - sempre que me vê chegando esbaforida e atrasada. Hoje ela estava jogada no chão imundo - no meio da tarde - cheirando a urina, sem a única bermuda surrada de sempre a cobrir seus poucos medos. Mal abria os olhos pequenos, quando me acocorei ao seu lado e perguntei - segurando a sua mão desmaiada - o que ela sentia. A reposta entrecortada, quase inaudível, foi direta e dura: nada. Ela não decifra mais o que sente. E eu, não sei mais o que fazer com tanto sentir - "Badia-querida" hoje me fez doer uma dor que nem ela sabe mais o quanto dói.)
Sylvia Araujo
2 comentários:
Dor que só sente quem sabe sentir.
E graças a sua, tudo vai ficar bem.
Às vezes eu queria que não doesse.
Ou que ao menos não doesse
t
a
n
t
o
.
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