Ele não decifra letras quando se agrupam, desde que nasceu. Me disse um dia - nos seus trinta e poucos - que sempre venerou a vírgula, mesmo sem poder chamá-la. Falou, com propriedade, que o ponto inspira a sabe-tudo - por isso lhe torce o nariz. O que não remete ao infinito, não quer mais pra si - só leva agora consigo o que tem cheiro de mar.
Quando lhe apontei as reticências, passou a vagar pelo mundo pintando três pontos em todo lugar.
Esse agora é o seu nome.
Esse se fez o seu lar.
Sylvia Araujo
3 comentários:
O melhor das reticências, é que são aquilo que imaginarmos. Se meu nome ficasse antes delas, seriam você.
Ôoooooo...
Obrigada, amor, pelos seus afagos.
e então... mora no terreno indecifrável, talvez guarida do subjetivo, penetrado de todos os números, sem que o finito o possa alcançar...
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