Com os braços abertos girando em torno do tronco - em movimentos de ondas - espalhava um perfume almiscarado, criando uma atmosfera em suspenso. Os corações pulsavam em um mesmo compasso - o que seus pés descalços marcavam no chão. Não se viam seus olhos, mas todos sabiam que estavam cerrados, ávidos pela energia que jorrava de dentro. Um a um - deixando de lado suas falsas histórias - os sorrisos foram nascendo, os cílios fechando, os braços se abrindo e os corpos rodopiando...
No auge do transe ela se foi, evaporando sutil em seu corpo de vento. Seus respingos de vida - cheirando a almíscar - pairavam agora entre as vagas que brotavam dos braços ondulantes, e beijavam cada lágrima liberta que escorria.
Ela sorria.
Mas dessa vez, de olhos e alma escancarados.
Sylvia Araujo
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