Repara, amor, com cuidado, o som de veludo que ecoa das nuvens, quando escorregam as fofaspantufas no teto estrelado, escuta. Repara o halo azulado daquela com laço de fita e sente, ao longo da espinha, o calor que esparramam seus braços, enquanto rodopiam - imensos - de encontro ao dourado do sol. Repara, pequeno, o verdedoce gostoso dos dias, o poder da ínfima gota, a inteireza brilhante do extenuante caminho do broto, germina. Repara os dedos compridos da chuva que tamborila cantigas serenas, no embalo do teu justosono, acalenta. Repara, de olhos fechados, a imensidão do horizonte do mar - as negras ondas, a espuma farta, a luatoda em mergulho nu, submerge. Repara no roto, no feio, no sujo, no espelho - repara em si mesmo, alimenta. Repara o nada que vibra no fundo do peito, repara o vácuo, o liquefeito, revê. Repara, meu filho, repara a vida que escapole da terra molhada e te acarinha - suave cetim. Percebe o sutil e inesgotável prazer que os rios têm em sempre recomeçar. E re-começa - todas as vastas manhãs.
Sylvia Araujo
5 comentários:
Minha querida
Hoje apenas passando pra oferecer o meu selinho de 500 seguidores...feito com o carinho de todos que me seguem.
Beijinhos
Sonhadora
Amei o teu jeito de escrever!!!!
Contagiante!!!
Bjo!
Recomeça, e pensa que o mundo todo está ao teu redor. Tudo o que é visto, ou sentido, ou tocado, ou qualquer outro sentido alternativo, tudo isso tem beleza.
E essa beleza se mostra pra você!
É o Universo todo, respirando contigo.
Portanto, não pare...
Amei o texto!
Adoro esseseu jeito de escrever!
Beijo!
nossa, uma verdadeira revolução em mim! tua prosa gostosa recria sentidos em si
bjs
domar
este céu de trégua
é uma tênue sangria...
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