Este blog é uma reunião de textos exclusivamente autorais. Para conhecer mais de mim, dividir sons e sabores poéticos, musicais, cinematográficos, e tantos outros cheiros mais além dos meus, venha tomar um expresso esparramado nas almofadas fofas do meu outro blog, o Abundante-mente. Te espero lá com as velas acesas.

8 de dezembro de 2009

Nem mais um dedo

- Não me venha com esse riso frouxo dos alforriados, dos enlouquecidos! Eu não quero que essa alegria suja me corrompa os dias, me lambuze os beiços. Sobremaneira entenda que eu não tenho laços - não, não tenho traços. Tá tudo acabado!

- José, não destrate tanto nosso amor de bodas... Não te quero entranhas, só teu riso fácil das camélias livres, das ervas de cheiro... Não rasgue meu peito, não arranhe os discos, te suplico, amor, não assopre os sonhos!

- Eu não tenho pressa. Eu não tenho medo. Sou o que me resta e nem mais um dedo.


Sylvia Araujo

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